terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Aos Heróis de Ferelden - Parte 02 - Uma Noite de Terror

Partida jogada em 6.fevereiro.2011

PERSONAGENS JOGADORES
  • Khan Ar Nini Or Árvore Sagrada (Glauber “Khan”), avvar guerreiro. Segue numa jornada em busca dos Escudos Sagrados exaltados pelo tótem de seu clã avvar, roubados por um traidor dentre os seus e necessários para a continuidade de seu clã e manter viva a venerada Árvore Sagrada.
  • Lezard (Carlos), mago do círculo. Fora levado de sua família durante a infância para desenvolver seus dons arcanos no Círculo dos Magos. Agora, recém formado, viaja buscando saber sobre suas origens e sobre os verdadeiros valores que deve carregar consigo.
PERSONAGENS NÃO JOGADORES
  • Marden, proprietário de Aestalagem.
  • Gerrard, primo de Marden, dono de uma fazenda na região de Avíla.
NO DIA 23 DA MARCHA DO INVERNO
A noite caiu do céu acompanhada por uma poderosa torrente de água. Trovões foram ouvidos retumbando enquanto relâmpagos clareavam a escuridão fechada da noite nublada.
E foi sob aquela forte chuva que Lezard chegara à Avíla, o vilarejo onde nasceu e de onde fora levado ainda na infância. Perdido e ensopado encontrou o único lugar de portas abertas no lugar: a estalagem.
Para muitos de Ferelden o avvar Khan Ar Nini Or Árvore Sagrada podería ser apenas um bárbaro, mas dentre os seus, ele se destacava por sua astúcia. Chegara ao pequeno vilarejo durante a tarde, prevendo que as núvens escuras cairíam pesadamente do céu duratne a noite. Acertou em cheio. Buscou abrigo na estalagem local enquanto vía e ouvia a chuva cair. Foi quando mais um viajante chegara, encharcado, quebrando o som monótono da água e dos trovões que imperava.
Ao ver a figura exótica do bárbaro, o que atiça sua curiosidade, Lezard senta à mesa e tenta conversar. Ambos aquecem a barriga com o guizado servido por Marden, no entanto, Khan surpreende o estalajadeiro quando afirma que não tem moedas para pagar a refeição. Marden então propõe que o avvar escolte seu primo, Gerrard, até sua fazenda há alguns quilômetros de Avíla. Como a chuva o deixou preso no vilarejo, o fazendeiro esta preocupado com sua família e precisa voltar para casa durante a noite. O estalajadeiro propõe a mesma tarefa a Lezard, uma vez que o mago se identificou como aventureiro, prometendo pagar com comida e estadía em seu estabelecimento.
Ao fim da chuva, Khan Ar Nini, Lezard e Gerrard partem seguindo por uma estrada secundária que conduz a uma região salpicada de pequenas fazendas. Enfrentando o tempo frio e úmido, os três seguem para chegarem o quanto antes a casa de Gerrard.
Chegando enfim ao seu destino, o grupo desmonta da carroça simples que os transportava. No entando a certa distância desconfiam quando veem a porta da casa de Gerrard aberta, em seguida uma estranha figura passa pela soleira, os observa e retorna ao interior da casa. Ao ver um estranho em sua residência, Gerrard fica furioso acusando sua mulher de traição então adentra a casa as pressas. Do lado de fora, Khan Ar Nini ainda desconfiado do que se passa fica alerta enuquanto o mago do círculo Lezard não percebe nada fora do comum, afora a traição da mulher do fazendeiro. Foi quando ouviram os gritos...
Com passos largos e rápidos o bárbaro avvar alcança a entrada da casa de Gerrard para ficar surpreso ao ver o fazendeiro sendo atacado por uma criatura cadavérica, um esqueleto com vestes estragadas e alguns vestígios enegrecidos do que outrora fora carne e pele. Corpos que continham demônios enlouquecidos pela decepção de não poderem aproveitar plenamente os prazeres do mundo mortal, por estarem aprisionados em corpos incapazes de conter plenamente sua essência.
Khan Ar Nini salva Gerrard aliado a magia de Lezard. O fazendeiro, preocupado com sua família, chama por mulher e filhos e choros abafados são ouvidos no interior da casa. Mas antes que o grupo adentre em sua busca o lugar é invadido por mais criaturas. Com muito esforço o avvar consegue salvar Gerrard e seus familiares, mas Lezard não consegue fugir e é ferido mortalmente.
Sob a noite fria o grupo era formado por um aventureiro ferido, um fazendeiro e seus familiares. Avíla estava distante, mortos vivos estavam a solta e um lugar seguro era necessário... Gerrard os guiou até durante uma longa caminhada as escuras até uma fazenda próxima para descobrirem que o lugar também estava assombrado pelos mortos. Antes que fossem acossados novamente, foram salvos pelos moradores do lugar que os acolheram em seu refúgio.
Naquela mesma noite, há alguns quilômetros dalí, Lezard, recém títulado mago do círculo que enfrentara bravamente as forças das trevas caíra em batalha. Olhava fixamente para o teto da casa do fazendeiro fereldeniano Gerrard enquanto sua visão agora turva, vermelha e embaçada já sumía. Pouco antes do seu último súspiro, engasgado em sangue....
PONTOS DE EXPERIÊNCIA DISTRIBUÍDOS
350 XP para Khan Ar Nini Or Árvore Sagrada e 50 XP para o próximo personagem a ser feito pelo jogador Carlos.
A SEGUIR
“O Cerco Maldito"

domingo, 30 de janeiro de 2011

Aos Heróis de Ferelden - Parte 01 - Sussurros entre os Fadrick



Partida jogada em 23.janeiro.2011

PERSONAGENS JOGADORES
  • Elden (Carlos), fereldeniano livre guerreiro. Outrora um soldado, servia ao exército de um nobre quando desertou numa missão de valores morais duvidosos, tornando-se um guerreiro mercenário desde então.
  • Loren Fadrick (Priscila), elfa valeana ladina. Tida como a “encrenqueira” do clã Fadrick, Loren “Mãos Leves” Fadrick vive no limiar entre seu povo e o dos humanos. Indaga-se sobre os valores exaltados pelos elfos valeanos e visita as cidades humanas em busca de serviços mercenários.
  • Sigfried (John “Lasombra”), fereldeniano livre guerreiro. Ex soldado que deixara a vida militar para trás tomando o caminho de espada de aluguel.
PERSONAGENS NÃO JOGADORES
  • Marden, proprietário da estalagem.
  • Calder, templário do Coro da Igreja do Criador.
  • Halath Fadrick, elfo valeano líder da caravana do clã Fadrick.
NO DIA 23 DA MARCHA DO INVERNO

Por ter sido a única estalagem em uma vila tão simplória, que era conhecida apenas por “Vila”, o estabelecimento onde começamos a aventura por sua vez chamou-se apenas de “A Estalagem”.

Foi naquele lugar que dois fereldenianos livres reencontraram-se. Elden e Sigfried outrora lutaram juntos, lado a lado como soldados a serviço de um nobre quando Elden desertou e nunca mais tornaram a se encontrar, atá aquele dia. A conversa entre os dois foi amistosa, embora Sigfried fizesse questão de mostrar seu rancor contra o desertor.

Durante aquelas canecas de boa cerveja, uma figura potestosa adentrou o lugar. Pelas suas vestes podéra ser identificado como um templário do Coro, a ordem inquisidora da Igreja do Criador, que após trocar algumas palavras com Marden, proprietário da estalagem, dirigiu-se em direção aos dois guerreiros mercenários. Calder, como se chamava o templário, propõs uma missão para os dois: Precisavam investigar o líder da caravana valeana estacionada próxima à vila, e os dois mercenários eram adequados para a empreitada uma vez que desviariam as orelhas afiadas dos elfos da presença dos templários na vila.

Calder prometeu recompensá-los para que os aventureiros busquem informações sobre o elfo valeano Halath Fadrick, suspeito de ser um apóstata praticante da magia antiga. O templário pediu o auxílio de Loren Fadrick, ela mesma uma elfa membro da caravana, para que esta facilitasse a incursão dos aventureiros dentre a acampamento. Indagando porque deveria trair Halath, que era de seu proprio clan, Loren fora convencida de que seu líder, como apóstata, representava um risco não apenas para os fereldenianos, mas também para seu próprio povo. A magia antiga era corrupta e corruptora e Halath poderia, se já não fora, ser dominado por forças demoníacas poderosas.

Os aventureiros então planejaram atrair Halath atá a Vila, para fora do acampamento valeano, contando que Loren fora atacada, estava enferma na estalagem e que precisava da ajuda do líder de seu clã.

Elden e Sigfried foram até o assentamento élfico e requisitaram um encontro com Halath, mas algo em sua historia faz o líder valeano desconfiar dos dois humanos e os prende. Cativos, os dois são indagados sobre a localização de Loren e se tornam suspeitos de sequestrá-la. Ambos ficam detidos enquanto Halath envia dois dos Fadrick para confirmar a informação de que a Loren “Mãos-Leves” estava realmente na estalagem necessitando de auxílio.

Na vila, os elfos enviados por Halath encontram Loren na estalagem. Denconfiados, levam a elfa encrenqueira para o acampamento onde encontram Halath. Confrontando as informações desencontradas, o líder do clan valeano fadrick tem a intuição de que esta acontecendo algo maior do que as travessuras costumeiras de Loren e a pressiona, mas não obtem informação alguma. Sem saber o que realmente acontece, os humanos sao libertos sob ameaça e destituídos de suas armas. Loren também eh dispensada por seu líder.

Enquanto caminham de volta à vila, Elden e Sigfried concluem que a historia ainda não chegara ao final e que Halath Fadrick ainda os vería novamente.

PONTOS DE EXPERIÊNCIA DISTRIBUÍDOS
200 XP para cada personagem jogador.

A SEGUIR
"Tocais"

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Lendas Aleatórias 02 - Era uma vez, um dragão...

Guarda da cidade de Torre de Caça (com olhar desconfiado): "Vocês estão procurando o grupo de caçadores que cruzou a cidade rapidamente e entraram no Bosque do Imperador? Acaso são amigos deles?"

Grimmak: "Nã..."

Tremerion: "Sim!"

Guarda da Torre de Caça: "Ah, são? Então queiram me acompanhar até o posto da guarda!"

Grimmak: ¬¬

(momentos depois...)

Guarda da cidade de Torre de Caça (interrogando os aventureiros): "O que vieram fazer tão próximo do Bosque DO IMPERADOR? VOCÊS SÃO CAÇADORES?"

Grimmak: "Nã..."

Tremerion: "Sim!"

Grimmak: ¬¬

(momentos depois...)

Companheiro de sela dos PCs: "Olá, forasteiros".

Tremerion: Olá! Quem é você? Acaso TAMBÉM é um caçador?

Grimmak: ¬¬

(momentos depois)

Farejador (jogador do PC Tremerion): "Ei! Acabei de ver na minha ficha! Eu sou um RASTREADOR, não um caçador!"

Khan (jogador do PC Grimmak): ¬¬

Lendas Aleatórias 01 - Espada & Magia no Vale Nentir

"Fico pensando: ele é louco porque é insano ou é insano porque é louco?"

-Mwxs, Mestre de Jogo um tanto perdido no raciocínio

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Sementes da Aniquilação 3: A Ambição de Kundrav - Parte 1


A AMEAÇA DE NERAMETH RETORNA

Alguns dias se passam enquanto o grupo de aventureiros divagam sobre o futuro: a revelação de que o anão Khan Darrak era um luminar deixara alguns surpresos e eufóricos com a possibilidade de onde alguém com o poder da Centelha Divína poderia levá-los...

Foi durante sua refeição que a eladrin maga Sarya Quesaril, oriunda da Grande Floresta, e o draconato senhor da guerra Sckhar Shantallas da distante Kazanthar foram procurados por alguns guardas. A dupla é convidada à encontrarem alguém cujo nome provoca arrepios na eladrin: Abin Sucumvit, membro do culto profano dos Guardiões de Nerameth!

Com grande desconfiança quanto ao que levaria integrantes da guarda da cidade realizarem favores ao cultista preso em suas masmorras, Sarya segue junto de seu companheiro draconato até a prisão de Sucumvit e ambos veem o aparente conforto em que o guardião de nerameth esta encerrado.

Ele então revela o motivo do convite para tal conferência: o grupo deveria entregar o que lhe pertence, a orbe mágica "Semente da Aniquilação", tomada de Sucumvit pelo grupo de aventureiros quando este foi capturado e levado a justiça da cidade de Santuário. Em troca, o cultista prometeu não vingar-se e uma possível aliança que podería beneficiá-los muito.

A proposta é rejeitada. Sucumvit dá de ombros então e demonstra seu desontentamento com indiferença. O clima dentro da cela fica tenso, quando o cultista cansou-se da presença de Sarya e Sckhar, chamando os guardas para mandá-los embora. No entanto, acontece um alvoroço. Sarya usa magia para impedir ser expulsa a força e causa a prisão da dupla sob a força de vários guardas que os subjugam sem dificuldade, devido à vantagem numérica.

(continua)

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Partida de jogo rolada em 11.julho.2010.
Mestre de Masmorra: Michael Wevanne "Mike".
Jogadores: Felipe "Perna" Paiva (Sckhar Shantallas) e Raphael Oliveira (Sarya Quesaril).

sábado, 26 de dezembro de 2009

Sementes da Aniquilação - Apresentação & Introdução

Os Guardiões de Nerameth são um culto antigo e malígno. E qual não foi a surpresa dos homens justos quando Nerameth viria a se mostrar à face de Elária não mais como uma lenda, mas como a terrível Aniquilação?
Nos tempos atuais, mais de dois séculos após a salvação dos povos de Elária pelos deuses e a queda dos mesmos para que a Aniquilação fosse aprisionada, o sinistro culto a Nerameth continua suas preces profanas ocultos na cidade de Santuário, governada e liderada pelos luminares dos Principados Brilhantes.
Abin Sucumvit, um dos cultistas, viaja agora para a idílica Oníres, a Floresta do Outro Mundo, perseguindo ambições sinistras e desconhecidas.
Keyron Hatzel, da igreja de Gotheintor, o Cavaleiro de Diamante, contrata aventureiros para persegui-lo e prevenir algum mal para com a Grande Floresta, de acordo como o Juramento da Coroa de Lírios, no qual os servos do Cavaleiro de Diamente devem proteger Dethne, a Donzela dos Bosques Encantados e seu lar.
Kelis Beligranth, elfa luminar e membro do conselho de Santuário, deseja saber os intentos do cultista mais do que sua prisão. Distante dos assuntos da cidade a elfa guarda seus motivos apenas para sí mesma.
Um vilão a perseguir, uma estrada a tomar, um mistério a resolver... Assim começam todas as maiores aventuras do mundo!
E por que seria difenrente na aventura que se seguirá aos fatos aqui contados?
Bem vindos a Aldar e as Crônicas da Sétima Lua!
Cof, cof, cof! (Tirando um pouco de poeira acumulada! Hehe!)
Olá, roladores da dados multifacetados! Desculpem-me a ausência por demais prolongada neste blog, mas ela é fruto de uma atual fase "off line" pela qual estou passando.
E nada melhor para recomeçar meus relatos aleatórios do que o recomeço dos meus próprios jogos! Há uma cara de tempo sem jogar e finalmente volto a mestrar! (fazendo rima com o perdão dos bardos de exigência mais aguçada).
Segue então a introdução para a minha próxima aventura, que rolará no mundo de Crônicas da Sétima Lua da editora Conclave usando meus recém adquiridos livros de Dungeons & Dragons
Como sempre, espero que sirva para o entretenimento dos leitores ou para a inspiração de mestres em suas próprias aventuras.
Is it. Que Ninshardur os favoreçam!
-MWXS

domingo, 11 de outubro de 2009

Savage Worlds - Ficha em Pt BR

SEJA SELVAGEM!

Quem tem acompanhado minhas marés repentinas de “RPG preferido” já tem ouvido falar bastante do sistema Savage Worlds. Tenho lido algumas coisas dele e fico bastante empolgado com o sistema simples e ao mesmo tempo auto suficiente.

Já fiz algumas partidas usando-o e ainda preciso me familiarizar melhor com mecânica.

Como a maioria do material esta em inglês fica meio complicado ensinar outros jogadores que não tem fluência total em outro idioma (como eu). Complicado, mas não impossível.

De qualquer forma, fiz uma tradução livre da Ficha de Personagem para jogar usando a licença “Savage Worlds Fan!” da Pinnacle Entertainment, produtora do jogo.

Agora, deixo disponível para download a quem interessar possa.

Muitos “Ases” nos dados para vocês, “Cartas Selvagens”!

-MWXS

PS: Para baixar a ficha, clique no hiperlink "download" acima.

domingo, 4 de outubro de 2009

Conto: O Despertar de Edward Hartt

Na noite anterior, Edward Hartt saíra com seus amigos. Beberam algumas cervejas enquanto conversaram sobre futebol, garotas e cinema. E a vida se mostrou boa.

Na manhã que se seguiu aquele adorável bem estar, o mundo de Edward virou ao avesso e o inferno tomou a realidade num pesadelo sangrento.

Correu através da rua para salvar sua própria vida enquanto viu sua vizinhança tomada pelo caos: Pessoas corriam, gritavam, urravam e gemiam. Atacavam umas as outras para morder-se a arrancar pedaços razoáveis de sua carne... E nunca ficavam satisfeitas, e perseguiam-se mais ainda em desespero. Alguns eram perseguidores, outros fugitivos.

Enquanto cuidava de seus próprios assuntos, a preservação da própria vida, testemunhou o ataque a uma garota: viu suas vestes serem rasgadas e sua pele ser dilacerada por dentes e unhas de um grupo de pessoas que se amontoaram sobre ela.

Seu coração disparou tomado de culpa e vergonha por não conseguir deter sua corrida para ajudá-la. Sentiu náusea e ânsia de vômito. Autocontrole não era uma coisa possível de se conseguir naquele instante.

Catherine era sua vizinha. Amiga de infância e paixão secreta desde o inicio da puberdade.

Agora Catherine estava seminua, com as roupas aos farrapos e ensangüentada enquanto nacos de sua carne eram arrancados à mordidas por aquelas feras que em algum momento de suas vidas foram pessoas.

Eram feras mortas. Pois as que atacavam eram as que foram atacadas anteriormente. E as que morriam se levantavam para matar a pessoa sã mais próxima. Os Zumbis estavam soltos na Terra como no filme de horror mais real já realizado.

E Catherine fora morta. Assim como seus pais e irmã. E parte de Edward Hartt morreu com todos eles naquele dia fatídico.

No entanto, apesar de sua alma doer desde os fios de cabelo até os ossos, revirando cada órgão interno em furor enquanto viu cada um destes entes queridos serem assassinados, não teve opção alguma além da fuga.

Foi dominado pelo medo.

Chegou realmente a se perguntar se seria medo o que lhe acometera. A adrenalina que lhe tomou as ações movendo o sangue em suas veias seria mesmo simples fruto do medo?

Ou se tratou do mais puro instinto de sobrevivência?

Achou a resposta! Sobrevivência afinal era o que contava e era seu único objetivo restante: Tinha de sobreviver! Fugir e permanecer vivo!

Não se tratou de covardia e sim instinto!

Em meio ao caos daquele pesadelo desperto onde pessoas, vivas ou mortas, corriam para devorar ou serem devoradas, Edward encontrou uma garota próxima a um carro vermelho. Ela chorava e soluçava enquanto tentava acertar a chave para abrir o veículo.

“Ela se parece com Catherine” – Pensou.

Mas Edward tinha que sobreviver. Tinha que fugir e não havia mais tempo algum!

Empurrou a garota com violência e derrubou-a no chão. Tentou roubar-lhe as chaves, mas ela as segurava como se representassem tudo que sua vida dependia para se manter.

E dependia mesmo. Para Edward também.

Com seu outro punho acertou um soco no rosto da garota fazendo-a largar as chaves. Apanhou-as e rapidamente entrou no carro dando a partida logo em seguida.

Ele deixou a garota para trás, observou-a pelo retrovisor e viu que permanecera no chão. Chorando, soluçando e amaldiçoando Edward até que uma das criaturas virou-se para agarrá-la fazendo-a berrar um grito agudo e interrompido pela dor da primeira mordida em seu pescoço.

Curiosamente, Edward despediu-se secretamente de Catherine mais uma vez.

Enquanto dirigia insanamente pela rua abarrotada de gente correndo, atropelou várias pessoas. Não tinha como saber se estavam realmente vivas.

Entendendo-se por “vivas” antes da colisão com o carro em alta velocidade enquanto corriam em frenesi pela rua. Depois do choque, não fazia qualquer diferença. Pessoas mortas eram uma constante em progressão geométrica.

Parte de Edward Hartt também morreu naquele dia, mas não como toda aquela gente.

Por que Edward Hartt prometera a si mesmo que iria sobreviver.

E de fato, sobreviveu para morrer por completo num outro dia...

- MWXS (Terra Devastada)

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Novo lay-out no Crônicas Aleatórias!

Faz um tempinho que eu estava querendo melhorar um pouco o visual disto aqui... Afinal, deixou se ser apenas um lugar apenas onde eu ponho o material de jogo da Mesa Aleatória.
Então, voilà!
Espero que os leitores aleatórios apreciem.
Até!
-MWXS

sexta-feira, 5 de junho de 2009

A Cidade dos Vampiros: Bolton Fields

"A Cidade dos Vampiros" é a mais nova mini-campanha que está rolando na meu grupo de jogo, que se chama "Mesa Aleatória".
A aventura será no Mundo das Trevas de "Vampiro, A Máscara". Mais especificadamente, usando o suplemento "Os Caçadores Caçados", e tratará de uma cidade aparentemente normal aos olhos dos residentes e que, como de praxe, esconde mais do que mostra.
Caberá aos PCs a tarefa de conhecer e descobrir o que existe por trás dos becos sujos, alta sociedade e tablóides da cidade de Bolton Fields.
O que me cativa é a possibilidade que sempre gosto de explorar quando desenvolvo aventuras que é a construção de cenário em sí. Dando nomes aos lugares, pessoas e acontecimentos que lá ocorrem, assim como as sensações que eles despertam. Tornando, enfim, Bolton Fields mais fácil de imaginar... Mais acreditável.
Segue a apresentação da cidade, como fonte de idéias para pano de fundo a ser usado por mestres e jogadores criarem aventuras, personagens e situações em seus próprios grupos de jogo, ou ao menos ajudá-los a fazer isto.
Bom apetite!
BOLTON FIELDS
Bolton Fields é uma cidade de médio porte, de função basicamente industrial principalmente na área siderurgica. Os dias são agitados e as noites são igualmente dinâmicas, embora ambos aparentem que algo está acontecendo sem que as pessoas saibam. Dá para sentir um frio na espinha ao sair de casa... Mas não determinar exatamente o que está errado.
Isso reflete no espírito da pessoas: Para os jovens, as ruas se tornam fonte de adrenalina e emoção, a incerteza é prazer. Para os mais maduros, o mundo se torna um lugar onde se pode fazer coisas as escondidas... A incerteza é cúmplice das próprias fraquezas.
As pessoas são trabalhadoras, não importando sua classe social. Desde os mais poderosos industriais e empresarios até os simples repórteres dos dois pequenos tablóides que circulam na cidade. Seus bairros são pequenos universos cheios de vida à sua maneira... É como se fossem cada um, um sistema à parte, regído sobre às próprias regras de quem os habita: Seja no pequeno bairro comercial de Spencer Falls, às margens do Rio Spencer até bairro industrial Banducci e suas fábricas funcionando a todo vapor enquanto o sol brilha, e fervilhando em violência quando ele se põe.
Não esqueçamos do brilho de Winter House, bairro onde os principais negócios de Bolton Fields são fechados... Onde a elite se esbalda em luxo e intriga.
Para os que acabaram de chegar, benvindos a "Blood Town Fields"!
Escrevi errado? Talvez. Ou será que não?
-MICHAEL WEVANNE "MIKE MWXS"

domingo, 17 de maio de 2009

Entre Álcool, Suor e Cinzas (conto)

MIKE WEVANNE
Dou uma tragada forte no cigarro e sinto a fumaça deslizar docemente para meus pulmões... Olho em volta e percebo a mulher sensual sentada no bar. Estamos no bar Last Chance Jazz & Blues e esse não é exatamente um lugar para encontrar mulheres de boa família, mas tudo bem. Não sou exatamente o tipo de cara que procura companhia assim.
Ela usa vestido e batom vermelhos, sua linda pele morena exala algo indefinido, uma confusão ímpar entre paixão e luxúria. Seu olhar: dois punhais prontos para serem lançados sobre a primeira vítima noturna. Nesta noite alguém esta vestida para matar.
Aquelas gemas de tons castanhos logo encontram seu alvo e ela percebe que tinha despertado o meu interesse, o sorriso que exibiu em seguida expressou sua personalidade desinibida. Eu não esperava outro tipo de reação.
E excitação do momento, somada a um gole de uísque, fazem meu sangue esquentar, embora a presença do gelo seja supérflua dada as circunstâncias... Eu levanto e caminho em direção ao bar. Quando me aproximo ela tenta disfarçar como se nada estivesse acontecendo e de fato, nada havia acontecido. Ainda.
Enquanto peço mais uma dose de uísque, dupla na verdade, apanho um cigarro e em seguida estendo o maço na direção dela. - "Aceita?" - Olho diretamente para os seus olhos e deixo a minha intenção bem clara - “Olá, meu nome é Jack” - Ela mantém a serenidade enquanto um pequeno sorriso escapa num dos cantos de seus lábios vermelhos - "Jack?" - Indaga num tom debochado. Eu devolvo o sorriso.
"Meu pai lia muitas histórias... O velho dizia que Jack é nome de heroi" - Respondo ainda oferecendo o cigarro e tentando manter o jogo velado que já iniciara entre nós dois - "Sou Jack Cochrane e você é...".
Ela aceita o cigarro. - "Lisa. Meu nome é Lisa, Sr. Heroi. Mas lamento não ser alguém que ainda possa ser salva".
Ela aceita o cigarro. Aceita o uísque. Aceita ir ao meu apartamento.
Durante aquela noite, entre lençóis suados, garrafas vazias e pontas de cigarros apagados, dois desconhecidos encontraram uma chama de prazer numa cidade escura, fria e violenta.
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