segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Ambições Demoníacas II - Parte 3

RETORNO A SANTA MARIA: ALMAS PERDIDAS

Khansteriof Manshax despertara... fadigado, exaurído.

Recordava vagamente da noite anterior, uma lembrança fugídia formada de névoas distantes. Havia sido torturado por Frederico Rincon...

Enquanto homens seguravam fortemente seus braços, era queimado no peito pelas chamas de uma tocha. Dor.

Khansteriof Manshax despertara... e não sabia o que fazer.

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Enquanto Diego Sanchez investigava as plantações da Vila de Santa Maria de Aragão, um lugar dito como assombrado, havia sido surpreendido por um estranho arqueiro. E quando Sanchez achava que ia ser mortalmente atingido pela seta do estranho homem, este o adverte do perigo que o inquisidor está correndo, e salva sua vida, fazendo-o escapar de uma tocaia armada pelo padre Frederico Ríncon.

Diego mostra piedade para com um de seus algozes, e num milagre, o faz sarar de seus ferimentos.

O inquisidor Sanchez é levado para o abrigo de Ruiz Corazon, um mercenário que havia sido contratado pelo inquisidor estudioso Diego de la Roya. Corazon então revela o paradeiro de seu contratante: havia sido capturado a mando de Dom Frederico, e agora se encontrava aprisionado numa cabana próxima.

Os dois homens, tão diferentes, trocam pontos de vista sobre deus e homens. Ruiz confessa estar sendo atormentado pelo demônio, e que este havia o ordenado a resgatar De la Roya... e revela acidentalmente, que o mesmo demônio encomendou a morte do inquisidor. Atormentado, Corazon não enxerga outra escolha para salvar sua mente da insanidade... afinal, como um homem sem fé pode escapar do jugo do demônio?

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Mais uma vez o padre Grego veem a consciencia. Estava sozinho, junto com algo cuja essência era formada do mais puro mal. Imensurável e desconhecido.
Não podería fugir daquele lugar, e sentía aquela presença sinistra se dobrar sobre seu corpo, penetrar em sua carne, se enraizar em seus ossos...
Poder. Seus músculos explodiram e as veias de seu corpo estouraram em fúria. seu corpo sangrava pelos poros, e sua boca queimava, e cada expiraçao era seguida de uma baforada de chamas ardentes e esverdeadas.
Com um movimento bruto quebrara os grilhões que o mantinham preso. Um poderoso tapa derrubou a porta trancada da cela... quebrou os ossos do guarda que o vigiava com um simples abraço.
Khansteriof Manshax vía o mundo a sua volta pelos olhos de outra pessoa. Uma pessoa cruel e sanguinária. Percebía com envergonhado que ele era esta pessoa. Enquanto fugía daquele mosteiro dominado por um padre cheio de desejos obscuros, ambições demoníacas, lembrava da visão do padre que acabara de matar. Seus orgãos internos saltando pela boca enquanto o abdomen e o torax eram esmagados pelo abraço constritor do daquela coisa que se tornara o padre Grego.
Fugíra. E cada passo longe daquele calabouço contruído no subsolo da abadía de Santa Maria de Aragão o afastava daquela essência vil que fazia sues músculos moverem-se com tamanha potência. Pensou em matar o maltdito Frederico Rincon naquele mesmo instante, mas não. Estaría sem aquela força até que encontrasse vingança. Seus instintos então o ordenaram para a fuga. E seus passos logo o conduziram para longe daquele lugar...

-JOHNNY BLODIA

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Ambições Demoníacas 2 - Interlúdio

RETORNO À SANTA MARIA: OS PESADELOS DO PADRE GREGO

Os grilhões cerrados em seus punhos doloridos, o calor infernal daquele calabouço umído, escuro, abafado e claustrofóbico. A cabeça latejante fazia o padre Khansteriof Manshax mergulhar em em um torpor alucinado, um mergulho em regiões da consciência pouco exploradas pela maioria daqueles que dominam a sensatez.

No entanto, havia algo mais além daqueles tormentos vertiginosos... uma presença sinistra que também estava encerrada naquele local. Algo maligno, poderoso e oculto impreguinado no ar, e tambem presente naquelas paredes construidas há um tempo não determinável, e no próprio solo onde fora erigída.
Aquele presença havia permeado a mente do Padre Grego, e agora tentava invadi-la... Sua percepção deslisava em realidade e ilusões, horror e fuga. Mas como fugir de algo que persegue corpo e alma?

Naquela mesma noite havia sido aprisionado por Frederico Ríncon, torturado friamente por uma informação que ele mesmo não sabia definir. O mestre do mosteiro da Vila Santa Maria de Aragão tentara descobrir a origem das ilusões sofridas por Khansteriof, seja lá por quais motivos obscuros que guardava para sí.
"O que você viu?" - Interrogava Frederico - "Revele-me suas visões ou ficará neste lugar, e sofrerá muito, tem minha palavra!"

"O que você viu???"

O que era aquilo? O que significava aquela presença nefasta que remetía a algo antigo e abismal. Uma enorme mão escamada dotada de garras... verde como muco, agressiva como uma fera em frenesí assassino. Uma garra arrancada do braço que a empunhava, e vagando, sem vida numa imensidão infinita de mistérios e estrelas.

Mas uma energia profana ainda emanava daquele monumento da insanidade. Algo pulsante e dotado de uma animação poderosa, ainda que suspensa por motivos desconhecidos. Uma coisa, Uma entidade por sí só, que o simples pensamento daquela força amorfe vir a consciência eriçou todos os pelos do corpo do Padre Grego. Congelou cada pedaço de ether da sua alma.

Abriu os olhos.

Permanecía agrilhoado a parede daquele calabouço quente como o inferno. E tão lúgubre quanto o abismo onde lúcifer caiu.

Khansteriof Manshax estava preso naquele lugar... juntamente com algum terror sepulcral e inominável.

E não podia fazer nada quanto a isso...

-JOHNNY BLODIA